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domingo, 20 de outubro de 2024

Rota das Catedrais Igreja da Sé Nova - Coimbra - Portugal


A Sé Nova de Coimbra é a Concatedral da Diocese de Coimbra. Foi, até à expulsão dos Jesuítas de Portugal (1759), a igreja do Colégio do Santíssimo Nome de Jesus, um dos muitos colégios universitários de Coimbra. É um templo católico localizado no Largo da Feira na freguesia de Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu, município de Coimbra, em Portugal.

Próximo da Universidade de Coimbra, o Colégio das Onze Mil Virgens (vulgarmente designado de Sé Nova), é de origem Jesuíta, cujos clérigos se haviam instalado na cidade em 1541. O templo começou a ser construído em 1598, com projeto do arquiteto oficial dos jesuítas de Portugal, Baltazar Álvares, influenciado pela igreja do Mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa. As obras desenvolveram-se com lentidão, e o culto somente se iniciou em 1640, sendo o templo inaugurado apenas em 1698.

Texto retirado da wikipédia

Granja do Marquês - 100 anos da Aeronáutica

 

Granja do Marquês - Capela e Palácio

Em Sintra, milhares de portugueses, animados pela contemplação diária do mar e da serra, experimentaram a aeronáutica ao servir na Força Aérea. Muitos fizeram ali a sua carreira militar, adquirindo uma especialização ou competências de comando únicas. Alguns, como tripulantes, alçaram voo, concretizando o sonho de voar.

Esta emissão selo, datada de 12 de outubro de 2020, assinala o centenário do início do primeiro curso de pilotagem na Granja do Marquês. A partir de 20 de fevereiro de 1920, a Escola de Aviação Militar, transferida de Vila Nova da Rainha, preparou-se para reavivar a nobre atividade da instrução de voo.

A Escola de Aviação Militar pôde assim evoluir, organizacional e estruturalmente, e passou a ter uma série de denominações diferentes, de acordo com os diversos aspetos que a caracterizaram ao longo de um século. Em 1939, em resultado da reorganização da Força Aérea, passou a chamar-se Base Aérea n.º 1 e continuou a acolher, sentimental e profissionalmente, todos os “aviadores” das várias especialidades.

A Escola combinava experiência, conhecimento e know-how aeronáutico em suas múltiplas facetas, contribuindo para a formação dos primeiros pilotos civis em Portugal e representando uma mais-valia para a Aeronáutica Militar na sua transformação em Força Aérea Portuguesa, em 1952.

A pequena pista inicial, de apenas 400 metros de comprimento em 1920, foi ampliada e, no final da década de 1930, estava sendo usada como Aeroporto Internacional de Lisboa. A partir da década de 1960, evoluiu para uma infraestrutura aeronáutica excepcional na qual aviões a jato modernos foram usados ​​para instrução de pilotos.

Ao longo de mais de 100 anos, a Granja do Marquês acompanhou os desenvolvimentos prodigiosos da aviação, tornando-se um ponto de referência em termos da especificidade de sua instrução e ensino, operações e patrimônio. Mais adiante, na sequência da reformulação da estratégia nacional durante a década de 1970, a evolução técnica e tecnológica, a aquisição e utilização de novas capacidades, bem como a necessidade de aumentar e aprofundar o conhecimento aeronáutico numa abordagem transversal ao papel da Autoridade Aérea, levaram a que se concentrasse, na Granja do Marquês, áreas de inovação relacionadas com o ensino e a formação militar de pessoal, através da criação do Instituto de Estudos Superiores e da Academia da Força Aérea.

A atividade aérea operacional esteve na vanguarda durante os desafiadores anos 30 e 40, com a atribuição, ainda que por apenas alguns anos, de modernos bombardeiros noturnos e de um esquadrão de caças, mantendo-se também as responsabilidades no contexto da formação elementar, básica e avançada de pilotos. Mais tarde, missões como o transporte de VIPs ou o reconhecimento e pesquisa de recursos naturais, entre outras, foram atribuídas à Unidade.

O património histórico e edificado desta Unidade da Força Aérea inclui o Palácio, a Capela e os antigos edifícios, que se tornaram um ícone da Força Aérea Portuguesa. O Palácio, adquirido pelos descendentes do Marquês de Pombal, é uma típica casa senhorial do século XVIII, sucessivamente ampliada para satisfazer requisitos funcionais, mas sempre respeitando a arquitetura original.

Paralelamente, o desenvolvimento da coleção aeronáutica mantida na Unidade e a necessidade de criar novos espaços museológicos levaram à extensão, em 2011, das instalações do Museu do Ar, que inclui as principais coleções da Força Aérea Portuguesa, bem como uma componente de aviação civil.

A Granja do Marquês, com o seu nobre passado e honrosa atividade, é um exemplo irrefutável de património imaterial, pela sua riqueza de princípios e cadeia de valor, os padrões referenciais que caracterizam a Força Aérea, tendo a Base Aérea n.º 1 como fiel depositária do património histórico e legado das tradições aeronáuticas da Aviação Militar/Força Aérea Portuguesa em Sintra, bem como a Academia da Força Aérea e o Museu do Ar. Como um espaço aeronáutico celebrado que continua a moldar o espírito de missão das novas gerações, sustenta e promove tudo o que une e distingue, assegurando um valor transcendental que pode ser transportado para o futuro.

(Texto retirado da pagela da emissão filatélica)

Arrecada do Gaio, séc. VI a.C. (encontradas numa sepultura na região de Sines)

Arrecada do Gaio, séc. VI a.C. foto / photo: Luísa Oliveira / Museu Nacional de Arqueologia. DGPC/ADF

O geógrafo grego Estrabão dedicou, nos inícios da nossa era, uma secção da sua Geografia ao elogio da riqueza aurífera da Península Ibérica, em particular ao seu Sudoeste (Geog. 3.2.8), e a arqueologia faz jus a esse elogio. Desde o início das idades dos metais a ourivesaria foi campo privilegiado de experimentação e meio preferido de produção de objetos de prestígio: grandes joias de ouro maciço (chegando a pesar bem mais um quilograma), que marcam o final da Idade do Bronze. Esta riqueza, e o intercâmbio de outros metais - como o bronze, em liga; os seus constituintes, o cobre e o estanho; ou o ferro, cuja tecnologia teve um impacto civilizacional - estabeleceram uma rede de contactos abrangendo todo o Mediterrâneo e o Atlântico. Minério, mas também objetos acabados (por vezes mesmo sob a forma de sucata) viajavam, tal como viajavam produtos de luxo de origem oriental – levantina, minor-asiática, egípcia – que os fenícios produziam de acordo com estilos artísticos que misturavam várias destas influências. Desta forma, os fenícios trouxeram para a Península técnicas novas na ourivesaria, como a filigrana e o granulado, e demonstraram possibilidades até aí insuspeitadas de outras técnicas já conhecidas, como a estampagem de finas lâminas como processo decorativo. Tornaram também populares novas tipologias de joias, entre elas a arrecada (um brinco com duplo sistema de suspensão). Os brincos não eram desconhecidos na joalharia da Idade do Bronze, mas a explosão do seu uso ao longo da Idade do Ferro, revela uma tendência social de raízes mais largas, que a tecnologia acompanha: a valorização das joias destinadas à mulher. Houve importações de joias orientais, mas o impacto foi muito mais profundo, e os próprios ourives peninsulares rapidamente aprenderam e aplicaram essas novas técnicas. Existem até alguns casos de peças que são, do ponto de vista formal e da sua construção, típicas da Idade do Bronze, mas foram decoradas já com pormenores de inspiração oriental. Mas a produção de grandes joias de aparato foi abandonada - talvez porque a afirmação do poder, que elas garantiam, escolheu outras formas de expressão - e esses ourives peninsulares, ao longo de gerações, criaram novos modelos, alguns de enorme originalidade, sempre baseados nas influências mediterrânicas antes recebidas. A presente emissão recolhe um exemplo de uma peça importada e outro de uma peça de produção peninsular. A arrecada do Gaio é uma «arrecada de trompetas», característica pelo seu corpo lunular que suporta uma coroa decorativa composta por várias trompetas. É uma joia oca, formada por uma multiplicidade de peças estampadas, que potencia o impacto visual com um mínimo de metal precioso. É datável dos finais do séc. VII a.C. ou da primeira metade do séc. VI. Especialmente interessante é o pormenor de cada uma das trompetas ser unida ao corpo lunular por uma minúscula cabeça humana, que representa a deusa egípcia Hathor. As arrecadas foram encontradas numa sepultura na região de Sines, com outras peças de ourivesaria e objetos importados, constituindo um mobiliário funerário de assinalável riqueza. O Monte Molião, próximo de Lagos, foi um importante povoado indígena da costa algarvia ao longo de toda a Idade do Ferro. A arrecada do Monte Molião é uma «arrecada com pendente de espirais», característica pela sua placa formada por seis espirais contíguas (dispostas em pirâmide invertida: 3-2-1), cada uma delas decorada por um grânulo central, e com outras aplicações de filigrana noutras partes da joia que tinha, para além disso, alguns engastes de pedras semipreciosas (sabe-se que eram usadas a cornalina e a turquesa, pelo menos) ou pasta de vidro, de que atualmente só restam as tiras de retenção. Datável nos inícios do séc. V a.C., é uma produção típica do Sudoeste peninsular; uma oficina relacionada que estava instalada na Cabeça de Vaiamonte (Estremoz), e aí produzia brincos de filigrana nos finais do séc. II a.C.

Virgílio Hipólito Correia

(Texto retirado da pagela da emissão filatélica)


A Sexta 13 – Noite das Bruxas, em Montalegre





A Sexta 13 – Noite das Bruxas, em Montalegre, é o maior espetáculo de rua em Portugal. Evento singular, seduz os amantes do misticismo conferindo à capital do Barroso uma atmosfera única que reinventa as tradições populares de Trás-os-Montes.

Uma catedral de cores e vozes que gira à volta do Padre Fontes, figura icónica nacional, eminente estudioso da etnografia e antropologia da região transmontana.

sábado, 19 de outubro de 2024

Centenário da Revista Seara Nova (1921 - 2021)




O primeiro número da revista Seara Nova foi publicado no dia 15 de Outubro de 1921, numa época conturbada, em que pontuavam enormes desigualdades sociais, consideráveis atrasos económicos, interesses inconfessáveis das clientelas e de oligarquias plutocráticas, baixo nível cultural da população, ausência de valores e de preocupações éticas nas camadas dominantes, regime político de mentira e incompetência, alastramento da corrupção entre os detentores dos poderes e privilégios escandalosos destes últimos. Os fundadores da Seara Nova – Aquilino Ribeiro, Augusto Casimiro, Azeredo Perdigão, Câmara Reys, Faria de Vasconcelos, Ferreira de Macedo, Francisco António Correia, Jaime Cortesão, Raul Brandão e Raul Proença – opunham-se ao que designavam de «desastre colectivo» e pugnavam pelos valores da inteligência, da cultura, da ética, da justiça e do progresso. Ao longo destes 100 anos de existência, pelas páginas da Seara Nova passaram muitos colaboradores frequentes, assinando páginas de grande qualidade, como Adolfo Casais Monteiro, Agostinho da Silva, Alberto Vilaça, Alexandre Cabral, Alves Redol, Armando Castro, Augusto Abelaira, Bento de Jesus Caraça, Blasco Hugo Fernandes, Fernando Lopes-Graça, Fernando Namora, Francine Benoît, Francisco Pereira de Moura, Gago Coutinho, Gilberto Lindim Ramos, Hernâni Cidade, Irene Lisboa, Rodrigues Miguéis, José Saramago, José Gomes Ferreira, Magalhães Godinho, Magalhães-Vilhena, Manuel Mendes, Manuel Machado da Luz, Mário de Azevedo Gomes, Mário Sacramento, Mário Sottomayor Cardia, Mário Ventura, Jorge Peixinho, Jorge de Sena, Rogério Fernandes, Rui Grácio, Sarmento de Beires, ou Vitorino Nemésio – intelectuais de grande valor e carácter, cuja moral está espelhada nesta frase do editorial do primeiro número da revista: «Em democracia quem mente ao povo é réu de alta traição». Esse mesmo editorial terminava com a aspiração de que ainda hoje a Seara Nova comunga: «Possam os homens de boas intenções de todas as Pátrias erguer um dia, sobre um mundo que ainda hoje se debate em miseráveis disputas nacionalistas, o arco-de-aliança duma humanidade justa e livre, realizando na paz vitoriosa as conquistas da inteligência e da vontade desinteressada!». A Seara Nova foi sempre um espaço de diálogo, de abertura às ideias do progresso, de rigor ético, de investigação e de divulgação cultural, criando esse fenómeno ímpar que se tem designado por «espírito seareiro».

Texto retirado da pagela dos CTT

30 anos Fundação Oriente (1988 / 2018) - 10 anos Museu Oriente (2008 - 2018)

 


Vultos da História e da Cultura: Joana de Avis (1452 - 1490)

Vultos da História e da Cultura: Joana de Avis (1452 - 1490):   Joana de Avis, também chamada Santa Joana Princesa nasceu em Lisboa a 06 de fevereiro de 1452 e destacou-se como princesa e santa. Filha...

Criado em 1911 por um decreto da República, o Museu de Aveiro / Santa Joana foi sediado no antigo Convento de Jesus da cidade. Construiu a sua identidade em torno da figura de Santa Joana Princesa (1452-1490), que aí viveu e morreu, e de um espólio de arte sacra, onde a talha, a pintura e a escultura se assumem como principais protagonistas de uma coleção bem mais abrangente.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Romeiros de São Miguel - 550 anos do Terramoto de Vila Franca do Campo





A 22 de Outubro de 1522, Vila Franca do Campo sofreu um dos piores dias da sua então curta existência.

Dois fatos mais ou menos simultâneos ocorreram em meados da década de 1470: a venda da capitania de São Miguel a Rui Gonçalves da Câmara, segundo filho do capitão do donatário, ou senhor proprietário, da Madeira; e a elevação do povoado à condição de vila, ou vila, a única na ilha de São Miguel à época.

O trabalho árduo e a coragem de Rui Gonçalves da Câmara fizeram de Vila Franca a sede do poder de toda a ilha. Os elevados rendimentos e a fertilidade da terra faziam dos habitantes, nas palavras de Gaspar Frutuoso em Saudades da Terra, “gente dissoluta com a grande fartura e fartura que se encontrava na época nesta ilha”.

Frei Afonso de Toldo, dominicano aparentado da família Alva e irmão do arcebispo da mesma diocese, previu um grande castigo, mas a sua pregação caiu em ouvidos surdos. E às vésperas do desastre, o mesmo livro cita os moradores da cidade proferindo frases como: “vamos jantar bem e morrer fartos [...] comamos hoje os nossos capões que amanhã morreremos”.

E assim, o fatídico dia chegou. O relato bastante prolixo de Frutuoso fala de dois momentos quase simultâneos: “um grande e chocante abalo de terra, que durou tanto quanto um credo” e depois um segundo abalo, seguido da queda de “grande parte da base de uma montanha , do sopé acima [da cidade]; e lama e terra, com alguns grandes pedregulhos do lado norte, descendo e cobrindo-o, esmagando-o completamente”.

Houve muitas mortes. Na época, em 1522, o quinto capitão do donatário, neto e homônimo do terceiro, ocupava a sede do poder. Na véspera de 22 de outubro, partiu para Cabouco onde possuía terras produtivas. Ele estava acompanhado da esposa e do filho mais novo. Seus outros filhos foram contados entre os mortos. Quando ele ouviu a notícia, ele voltou às pressas. Apesar das incertezas, ele tomou as rédeas e, ajudado por aqueles que sobreviveram, eles rasgaram a terra, salvaram os que ainda estavam vivos e enterraram os mortos. Para distrair os sobreviventes, ele organizou um torneio de justas.

Mas a abordagem religiosa logo dominou. O frade dominicano, que havia chegado de Toledo e predisse a tragédia, aproveitou para incentivar a devoção religiosa. Obteve o compromisso de que todas as quartas-feiras haveria uma procissão à capela da Senhora do Rosário, erguida às pressas, que se tornaria a igreja do mosteiro dos frades, substituindo a destruída no deslizamento.

As devoções intensificaram-se e assim começaram as “romarias quaresmais de São Miguel”, uma tradição que continua até hoje. Antes auto-organizados, hoje obedecem a regras e a uma hierarquia. Grupos de homens (as mulheres agora realizam atividades semelhantes) percorrem toda a ilha, a pé, cantando um triste Avé Maria, rezando em todas as capelas de Nossa Senhora, carinhosamente conhecidas como “casinhas” ou casinhas (hoje, é principalmente a paroquial igrejas visitadas).

Como insígnias, os Romeiros, ou peregrinos, de São Miguel usam um xale (símbolo da “verdadeira” mortalha de Cristo), carregando um saco de comida para sustento (a Cruz de Cristo), um cajado (o cetro de junco) para auxiliar na caminhada , com rosários nas mãos, que recitam ao longo de quase quarenta quilômetros em cada um dos sete dias, e um lenço (a coroa de espinhos) – símbolos ligados ao martírio de Cristo.

Esta emissão de selos, que retrata esta tradição religiosa, destaca a ermida de Nossa Senhora da Paz, em Vila Franca do Campo, um dos locais de peregrinação dos Romeiros. Também inclui a rosácea da antiga igreja matriz, encontrada algum tempo depois, quando a nova igreja foi construída.

Historiador José Teixeira Dias

Texto retirado da pagela da emissão filatélica



quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Terras de Barroso Património Agrícola Mundial


As luas muitas por mim passadas foram de constante aprendizagem. E de reflexão introspetiva entre o que somos e o que poderíamos ser, e onde, a espaços, nos chega o eco de exemplos feitos altares da autoestima e da consciencialização do quanto o poder emana do querer. De algumas dessas lunações resultou debutar-me, nos alvores da adolescência, em aprendiz filatélico. Em todos esses postais ilustrados vi retratos de um povo com história, de heróis e de feitos, mas onde o pendor etnográfico, a matriz cultural e identitária do povo – esse que no dizer do poeta «lava no rio e talha o seu caixão» – era profusamente retratado em selos de correr mundo. Neles me revia e com eles aprendi a ser gente. Revisitando a fortíssima imagem do cavaleiro que assinala passagem com seu icónico cornetim, dá para perceber, hoje de forma muito consolidada, o quanto os CTT são o cofre ou a caixa-forte de verdadeiros tesouros da portugalidade. Desta vez é Barroso (Montalegre e Boticas) a ter honras de entrada nesse museu lendário em que os briosos criativos dos CTT transformaram tão emblemática instituição. Através desta emissão filatélica, Portugal e o Mundo vão ter olhos para tão impactante ruralidade e perceber-se-á melhor os porquês da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) nos haver distinguido como a única região de Portugal considerada como Património Agrícola Mundial.

Texto retirado da pagela da emissão filatélica





Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicent's


O Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente’s encontra-se instalado no antigo estúdio fotográfico de Vicente Gomes da Silva (1827-1906), que iniciou a sua atividade como retratista, por volta de 1853, tendo adquirido o citado prédio, localizado à Rua da Carreira, em 1865 e aí constrói o seu «Atelier Fotográfico». Entre dezembro de 1886 e agosto de 1887, já sob a direção de Vicente Gomes da Silva, Júnior (1857- 1933), são realizadas obras de ampliação do antigo «atelier», que se mantém até aos nossos dias, constituindo, deste modo, um ex-líbris da arquitetura dos «ateliers» fotográficos do século XIX. Ao longo dos tempos passaram pelo estúdio, quatro gerações da Família «Vicentes» que transmitiram, sempre, às gerações seguintes «a arte de fotografar». A 13 de junho de 1979, o Governo da Região Autónoma da Madeira adquire todo o recheio do estúdio da «Photographia Vicente», adaptando o espaço para aí instalar uma unidade museológica. A 22 de março de 1982 abre ao público como Photographia – Museu Vicentes com o recheio do estúdio, que incluiu cenários, máquinas fotográficas, livros relativos às técnicas fotográficas, mobiliário de «atelier», etc. Desde 27 de novembro 1984, data da primeira aquisição à firma Perestrellos Photographos, Limitada, que o museu tem vindo a adquirir espólio de outras casas fotográficas e fotógrafos profissionais e amadores, como são os casos de:

- João António Bianchi (Visconde Vale Paraíso) – (1862 – 1928) 

- Major Charles Courtnay Shaw, (1878 – 1971)

- Gino Romoli (1906 – 1982) - Perestrellos Photographos 

- Augusto João Soares (1885 – 1970) 

- Francisco João Barreto, (1877 – 1934) 

- Álvaro Crawford Nascimento Figueira, (1885 – 1967) 

- Alexander Lamont Henderson, (1838 – 1907) 

- Joaquim Augusto de Sousa, (1853 – 1905) 

- João Anacleto Rodrigues, (1869 – 1948) 

- Foto Figueiras 

- João Francisco Camacho (1833 – 1898) 

- Aluízio Cezar de Bettencourt (1838 – 1895) 

- Foto Arte 

- Foto Joaquim Figueira, fundada em 1946, por Joaquim Gomes Figueira (1912 – 1995) 

- Russel Manners Gordon (3.º Visconde e 1.º Conde Torre Bela) – (1829 – 1906) 

- Carlos Fotógrafo, casa fotográfica fundada por Carlos Fernandes (1930 – 2017) 

- Alberto Camacho Brandão, (1884 – 1945) 

- Foto Sol (de 1951 a 1980), casa fotográfica fundada em 1951, por Consuelo Santos (1932 – 2007) 

- João Pestana (1929 – 2017) 

O imóvel onde está instalado o Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente´s foi classificado como imóvel de «valor cultural regional» pela Resolução n.º 78/91 de 24 de janeiro, com conversão efetuada pela Portaria n.º 34/2004 de 1 de março, de «Imóvel de Interesse Público». A 3 de agosto de 2004 todo o «imóvel Vicentes» foi adquirido pelo Governo da Região Autónoma da Madeira. Após ter estado fechado para obras de reclassificação e recuperação do imóvel, o Museu de Fotografia da Madeira – Atelier Vicente´s reabriu a 29 de julho de 2019. O Museu organiza-se em quatro espaços principais: o Atelier, original do século XIX; a Exposição Permanente, com coleções do Museu; um espaço para Exposições Temporárias e outro para atividades Multimédia. Dispõe ainda de Loja, Serviços Educativos e Cafetaria.

Texto retirado da pagela da emissão filatélica

Mais informações sobre a emissão em:

Moeda "O Português" - D. Manuel I - 1495 - 1521 - Ouro 35 mm


O português (INCM/MCM 4906) foi batido sob D. Manuel I. Mostra o brasão de armas do reino, formado por escudo coroado e carregado com escudetes em cruz, com besantes em aspa, e bordadura de castelos, com o letreiro + I EMA VEL R PORTVGALIE AL C VL I A D G / C C ETHIOPIE ARABIE PERSIE I (“Manuel I, rei de Portugal e Algarves, d’aquém e d’além-mar em África, senhor da Guiné, do comércio, da navegação e da conquista da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia”); e a cruz da Ordem de Cristo, com o letreiro + I HOC SIG O VI CEES (“Neste sinal vencerás”). O português é a moeda de prestígio internacional que simboliza um império cujo poder radica no comércio dos produtos orientais.

Texto retirado pagela da emissão

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

75 anos da construção da EB 1 de Estoi - Antiga Escola Visconde de Estoi

 


Exposição histórica e filatélica comemorativa dos 75 anos da construção da EB 1 de Estoi, que à data foi baptizada de Escolas Visconde de Estoi, pois era uma Escola Masculina e Escola Feminina.


20 anos da utilização do Euro pelos cidadãos

 


Lançado a 1 de janeiro de 1999, o euro entrou em circulação dois anos depois, substituindo as notas e moedas nacionais de 12 Estados-Membros. A introdução do euro foi o grande marco de integração da economia Europeia. O euro simplificou o dia-a-dia dos cidadãos. Apoiou a livre circulação de pessoas, bens e serviços. Potenciou o comércio e a integração económica. O euro é um dos elementos fundamentais na convergência económica entre Estados-Membros. O euro é a identidade mais tangível da participação dos cidadãos europeus na construção da União. O euro é, por si só, um elemento de união. É a moeda de 19 Estados-Membros; 20, a partir de 1 de janeiro de 2023, quando a Croácia se juntar a nós. É a moeda de mais de 340 milhões de habitantes e um símbolo da solidariedade europeia. O euro é um elemento de estabilidade. A política monetária, ao assegurar a estabilidade de preços e ao reconhecer a importância da estabilidade financeira, cria as condições para um crescimento económico equilibrado e inclusivo. Portugal ganhou com a entrada para a então CEE e o percurso natural desta integração europeia foi a adesão ao euro desde o primeiro momento. Nestes últimos 20 anos, a economia Portuguesa ultrapassou a crise financeira, a crise da dívida soberana e a crise pandémica. Numa Europa com um modelo institucional em construção, por isso, imperfeito, não foi fácil passar por cada uma destas crises. Contudo, como a crise pandémica provou, hoje, temos uma Europa mais ágil, que foi capaz de responder a um desafio ciclópico. No pós-crise das dívidas soberanas, o esforço de redução do risco dos particulares, empresas e Estado foi ímpar. Os resultados orçamentais e financeiros do País comprovam-no. Portugal é agora uma economia mais aberta, mais integrada, mais estável e mais resiliente. A coordenação das políticas económicas durante a crise pandémica consciencializou-nos do que podemos beneficiar por estar no euro, e do que ainda precisamos de fazer. O euro é a nossa moeda.

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

Texto retirado da pagela da emissão filatélica

150 anos Abolição Escravatura em Portugal



Por Decreto de 25 de fevereiro de 1869, a escravatura é abolida em todos os territórios que compunham Portugal, declarando-se libertos todos os escravos. O Decreto foi da iniciativa do Marquês de Sá da Bandeira, e punha fim a um longo e degradante ciclo, iniciado em 1441 com a captura dos primeiros negros escravizados na costa sul do Cabo Bojador, na expedição ao Rio de Ouro, trazidos nos navios capitaneados por Antão Gonçalves e Nuno Tristão. Portugal iniciava o processo de comércio atlântico, juntamente com negreiros franceses, ingleses, espanhóis, holandeses e, posteriormente, brasileiros e norte americanos, que se prolongou por mais de quatro séculos, envolvendo no total entre 10 a 14 milhões de pessoas escravizadas. As suas consequências alteraram radicalmente os destinos de dois continentes, África e América, e influenciaram de forma decisiva o desenvolvimento do continente europeu. O comércio esclavagista foi alvo de críticas, algumas de natureza moral, outras meramente económicas. Quando, em 1761, o Marquês de Pombal faz publicar o alvará em que proíbe o transporte de escravos para Portugal, teve como finalidade canalizar o comércio de pessoas escravizadas para as minas e plantações do Brasil, intenção que prevalece sobre as preocupações de carácter humanitário, que também considera. O Decreto de 25 de fevereiro de 1869 foi o culminar de um processo legislativo, iniciado em 1858, que visava a extinção do estado de escravidão de seres humanos em Portugal, e que teve em Sá da Bandeira o seu principal obreiro

Anabela Valente Ana Cristina Leite Curadoria do projeto 

Testemunhos da Escravatura Gabinete de Estudos Olisiponenses - Câmara Municipal de Lisboa

Texto retirado da pagela da emissão filatélica

domingo, 13 de outubro de 2024

Centenário do Peter Café Sport (1918 - 2018)

 






50 anos do Rally de Portugal (1967 - 2017)

Com a sua primeira edição a remontar a 1967, o Rally de Portugal estabeleceu-se desde o primeiro momento como uma prova internacional de renome, contando com participações de pilotos estrangeiros logo na primeira edição. Inicialmente sob o nome de Rally Internacional TAP, a prova do Automóvel Club de Portugal começou por ser uma competição de regularidade, com a classificação a ser feita por pontos e o vencedor a ser a dupla com menor número de pontos. Outra particularidade dessas primeiras edições da prova era a existência de várias cidades de partida, com as formações participantes a elegerem o ponto a partir do qual iniciavam a competição. Só em 1972, aquando da sexta edição, é que o Rally se revestiu de um figurino que nos é mais habitual, com os concorrentes a lutarem contra o cronómetro e a vitória a ser atribuída ao mais rápido. No ano seguinte a prova entrou para o calendário do Campeonato do Mundo de Ralis, o primeiro da história da modalidade, com a mudança de nome para Rally de Portugal a surgir em 1975, precisamente o ano da primeira das cinco vitórias de Marku Allen, o piloto de maior sucesso na prova. Desde essa altura o Rally foi considerado por cinco vezes o «Melhor Rally do Mundo», enquanto em 2000 foi distinguido com o prémio de «Rally com Melhor Evolução do Ano».






Texto retirado da pagela da emissão filatélica

3 Séculos da cultura do Arroz em Portugal

Os frades do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra já no século xviii cultivavam arroz na sua propriedade experimental da Quinta da Fôja, e não é improvável que, na época devida, o emparelhassem com as lampreias do Mondego.


Texto retirado da pagela da emissão filatélica

250 anos do Tratado de Paz, Navegação e Comércio entre Portugal e Marrocos

Um lugar para o Colecionismo: Emissão filatélica Portugal e Marrocos Unidos em A...: Foi há 250 anos, em 1774, que se assinou o Tratado de Paz, Navegação e Comércio, pedra angular sobre a qual se edificou o relacionamento pol...

Texto retirado da pagela da emissão filatélica

sábado, 12 de outubro de 2024

A revolução Liberal de 1820 - Deputados Vintistas. Óleo sobre tela de Columbano (Bordalo Pinheiro, 1926)


Nas primeiras reuniões das Cortes, os deputados eleitos prestaram juramento de fidelidade aos propósitos constitucionais, à Casa de Bragança e à religião católica, ouviram declarações e orações de júbilo, discutiram um projeto de regimento orgânico (preparado por José Ferreira Borges e Bento Pereira do Carmo na sua qualidade de membros da cessante Junta Provisional Preparatória das Cortes), debateram o Relatório […] sobre o Estado e Administração do Reino de Manuel Fernandes Tomás ( já analisado no capítulo anterior), nomearam por decreto uma nova regência em substituição da Junta governativa para o exercício do poder executivo, e redigiram e aprovaram cartas a D. João VI a expor e a justificar o curso dos acontecimentos.

A nova regência tinha dez elementos, cinco dos quais transitavam das anteriores juntas provisionais do governo e da preparação das Cortes. De grande significado no plano político foi a publicação, no dia de abertura das Cortes, de uma portaria de amnistia de todos os que, por terem tido a ousadia de expressar opinião contrária à regência que governava antes da revolução de 24 de agosto, tinham sido obrigados a exilar-se no estrangeiro ou tinham sido compulsivamente degredados. Era este um sinal claro da prioridade que os deputados constituintes atribuíam a princípios fundamentais de tolerância e liberdade.

Retirado do Livro: a Revolução de 1820 de José Luís Cardoso (editado pelos CTT)