A emissão filatélica comemorativa da inauguração do Museu da Presidência da República foi colocada em circulação a 5 de outubro de 2004, assinalando a abertura oficial deste espaço museológico dedicado à história da Presidência da República Portuguesa e ao papel dos seus protagonistas ao longo do tempo.
A emissão foi lançada ao abrigo da Portaria n.º 1319/2004, e contou com a direção artística dos designers José Brandão e Paulo Falardo. O selo principal, com um valor facial de €0,45, apresenta uma composição visual que inclui a fachada do Palácio de Belém, o símbolo do Museu e um pormenor da entrada do edifício, numa representação que conjuga tradição e modernidade. Foram emitidos 350.000 exemplares deste selo, impressos pela prestigiada casa Joh. Enschedé.
O Palácio Nacional de Belém, situado na freguesia de Belém, em Lisboa, é a atual residência oficial do Presidente da República Portuguesa e um dos mais emblemáticos edifícios históricos do país. Com mais de 500 anos de história, o palácio reflete a evolução política e arquitetónica de Portugal desde o século XVI até aos dias de hoje.
A sua origem remonta a 1559, quando foi mandado construir por D. Manuel de Portugal, fidalgo da corte e filho dos condes de Vimioso. Inicialmente uma residência senhorial, o palácio foi adquirido em 1726 pelo rei D. João V, que o transformou numa das suas casas de recreio. Durante o século XVIII, o palácio foi ampliado e enriquecido com jardins, cavalariças e espaços de lazer, tornando-se parte da chamada Real Quinta de Belém.
Após o Terramoto de 1755, o palácio ganhou importância como refúgio da família real, que ali se instalou temporariamente. No século XIX, foi residência de membros da realeza, como D. Carlos e D. Amélia, e local de receção de convidados estrangeiros. Com a implantação da República em 1910, o Palácio de Belém passou a ter uma nova função: a de residência oficial dos Presidentes da República. Curiosamente, durante a Primeira República, os presidentes que ali residiram pagavam uma renda mensal, em respeito aos princípios igualitários do novo regime.
O edifício apresenta uma combinação de estilos barroco e neoclássico, com interiores ricamente decorados, jardins formais e uma capela palatina. Ao longo do século XX e início do XXI, o palácio foi alvo de várias intervenções de restauro e modernização, culminando na sua classificação como Monumento Nacional em 2007.
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